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Fundadores e Pioneiros na História da Igreja Batista do 7º Dia

Os primeiros Batistas do Sétimo Dia

A despeito de todas estas dificuldades podemos situar nos primeiros anos da década de cinqüenta (1650) o nascimento da denominação Batista do Sétimo Dia. Esta informação advém de duas fontes:
 
Primeiro: seus próprios escritos e registros.
 
Segundo: Os escritos e ações dos oponentes que tentavam refutá-las.
 

James Oxford

 A primeira matéria em defesa do sábado do sétimo dia, de autoria de um batista, foi escrita por James Oxford. Ele publicou um livro em 1650, em Londres com o título, "A doutrina do quarto mandamento, deformada pelo papado, reformada e restaurada à sua primitiva pureza". Esta publicação causou tal inquietação em Salisbury, que o superintendente da cidade perguntou ao interlocutor do parlamento inglês, o que se deveria fazer a respeito do livro, uma vez que ele minava os fundamentos da guarda do "dia do Senhor". O superintendente encaminhou o assunto a um comitê do parlamento, o qual recomendou que todas as cópias do livro fossem recolhidas e queimadas, e que o autor fosse punido. Pelo que se sabe, apenas um livro escapou das chamas.
 
Oxford assegurou aos seus leitores que ele era genuinamente Cristão, dizendo "eu não sou judeu, nem inclinado a qualquer opinião judaica; eu não procuro justiça através da lei, mas sim através da fé no filho de Deus, de acordo com o evangelho". Ele via o sábado como um deleite e alegria, declarando, "Feliz será a igreja que cultua a Deus de acordo com a sua lei, e dignifica o Senhor, situando sobre o Sétimo Dia a honra que Deus requer que seja atribuída à este dia".
 
Oxford não teve chance de defender seus escritos no tempo em que foram condenados. Outros escritores, no entanto, se ocuparam com as questões que ele levantou. Daniel Gowdry, em um livro intitulado, "Sabbatum" dedicou várias páginas para refutar a livro de Oxford. Teophilus Brabourne, que continuou escrevendo sobre o sábado, fazendo parte da igreja da Inglaterra, fez referência ao livro de Oxford refutando os ataques de Cowdry. O parlamento inglês se posicionou emitindo novas leis para tornar mais estrita a observância do domingo.
 

Um escritor anônimo

É possível que a queima dos livros de Oxford motivou outros a escrever ocultando a autoria, como escritores anônimos. Um de tais livros é o primeiro livro conhecido que enfoca o assunto do sábado e simultaneamente advoga o batismo por imersão. Esta obra foi publicada em 1652 sob o título "A moralidade do quarto mandamento" e denunciava a inconsistência daqueles que rejeitavam o sábado com a desculpa que era uma instituição judaica e defendiam ao mesmo tempo o batismo infantil usado como argumento e circuncisão de infantes, esta sim uma instituição exclusiva e genuinamente judaica. O autor conclamava para o batismo por imersão, escrevendo, "Primeiro seja o coração batizado no sangue de Cristo, então traga a coração para ser lavado em água pura, o corpo todo, não uma parte dele, lavado, não aspergido".
 
Este autor anônimo dispensou uma atitude muito tolerante com os guardadores do domingo, o que tem sido uma característica da maioria dos Batistas do Sétimo Dia através dos tempos. Enquanto a maior parte do livro argumenta com firmeza a favor do sábado como o verdadeiro dia de guarda e rejeita totalmente o domingo não lhe atribuindo nenhuma santidade, ele conclama os leitores a lembrar "que Deus nos chamou em paz e amor, não para contendas e amarguras, e que cada um ande, não ofendendo outros irmãos em sua prática."
 

William Saller

O primeiro pastor de uma igreja Batista do Sétimo Dia foi provavelmente William Saller, da congregação mais tarde conhecida como a igreja Mill Yard de Londres. Em cerca de 1653, escreveu sob o pseudônimo de "W. Salter", um livreto intitulado"Várias interrogações apresentadas aos ministros, para esclarecer a doutrina do quarto mandamento e do dia do Senhor, o sábado". Saller é mencionado como pastor por um tal de Thomas Tillam de Golchester, que em 1657 emitiu um comunicado em Londres, confirmando que congregações estavam se reunindo todos as sábados, e que o irmão Saller fazia parte de uma. O primeiro livro de registro desta congregação foi destruído pelo fogo, mas o segundo livro de registro de membros (Agora propriedade da sociedade histórica batista do sétimo dia) começa com a data de 1673, e indica que Saller era e vinha sendo por algum tempo, o pastor da referida congregação. Este livro de registro identifica Saller e sua congregação com a igreja que viria a ser conhecida como "A Igreja Batista do Sétimo Dia de Mill Yard".
 
Em 1657 Saller e John Spittlehouse escreveram um apelo aos principais magistrados, concernente à guardo do sábado. Eles arrazoavam que a emissão de leis forçando a cessação de trabalho no domingo, traria dificuldades sérias para os guardadores do sábado do sétimo dia, dado que estes se viam forçados então a guardar dois dias cada semana. Assim, alguns que acreditavam no sétimo dia, se viam muitas vezes forçados a "quebrar o sábado do Senhor", e observar o sábado criado pelo homem, devido às necessidades financeiras. Por quase três décadas Saller continuou a escrever e pregar suas convicções. Onze livros de Saller têm sido identificados, dez dos quais se sabe que ainda existem.
 

Henry Jerssey

Associado com Saller estava Henry Jerssey, pastor de uma famosa congregação dissidente de Londres, a igreja Jacob- Lathrop - Jerssey. O segundo pastor da igreja John Lathrop, após servir à igreja pelo espaço de oito anos, foi preso com mais quarenta congregados, por causa de suas convicções religiosas que não encaixavam com os ensinos da igreja oficial. Após dois anos foi solto com a condição de abandonar a Inglaterra. Em 1634 ele navegou para Massachussets, onde se tornou pastor de igrejas situadas em Scituate e Barnstable. Muitas famílias destas igrejas. Incluindo descendentes de Lathrop, se tornaram posteriormente membros da Igreja Batista do Sétimo dia de Piscataway, Nova Jersey, fundada em 1705.
 
A igreja de Jerssey na Inglaterra. Aceitou o batismo por imersão, mas, ao mesmo tempo aceitava como membros os batizados por aspersão. Posteriormente. Grupos dentro da igreja fecharam em torno do batismo por imersão e separaram-se formando congregações batistas.
 
No tocante ao sábado, Jerssey tinha convicção da guarda do sábado e guardava pessoalmente com mais uns cinco da congregação Mas continuava pregando no domingo. Não teve aquela convicção incendiária tão necessária para transferir a benção do sábado para os congregados.
 

Dr. Peter Chamberlem

Um dos mais conhecidos nomes associados com os primeiros batistas do sétimo dia foi o do Dr. Peter Chamberlem, médico pessoal do rei e posteriormente também do rei Carlos II. Ele escreveu extensivamente sobre medicina, saúde pública, e reformas sociais e econômicas. A lápide do seu túmulo dava a data de sua morte como sendo 1683 e dizia que ele tinha guardado o sábado durante mais de 32 anos. Isto situa a sua adesão ao sábado por volta do ano de 1651. Em um de seus últimos escritos. Do ano de 1682, ele reivindica a posição de ser o primeiro a empreender o resgate da instituição sabática, mas esta posição, sabe-se hoje, não é muito correta. Oscar Burdick afirmou dele "era um ancião de fortes convicções, mas não muito preciso nas afirmações históricas".
 
Uma das ações mais extraordinárias do Dr. Chamberlem a favor do sábado foi a sua participação em debates em 1659, que ocorreram na "capela de pedra", ao lado da Catedral S. Paulo em Londres. Jeremiah Ives falou contra o sábado e a favor do domingo, enquanto que o Dr. Chamberlem, Thomas Tillam, e Mathew Coppinger falaram a favor do sábado. Ives escreveu o Conteúdo de seu debate no livro "Domingo, e não sábado" que foi endereçado aos "crentes em Cristo", especialmente aos que se encontravam "escravizados pelo sábado judaico", e mais particularmente àqueles de Colchester. A sua menção de centenas de pessoas assistindo o debate demonstra quão amplo era o debate sobre o assunto nesta década.
 
Antes que terminasse o debate da "capela de pedra" a casa dos comuns (parlamento) apontou uma subcomissão, para estudar "como acabar com as reuniões dos quakers, papistas... e os introdutores do culto judaico" (que muitos historiadores interpretam como os cristãos que cultuavam a Deus no sábado). Alguns batistas do sétimo dia ainda em comunhão com outros batistas tiveram problemas e alguns foram até expulsos por suas convicções a respeito do sábado do Senhor.
 

Thomas Tillam

Outra pessoa envolvida no debate da capela de Pedra foi Thomas Tillam de Colchester, uma cidade distante 45 milhas a nordeste de Londres. Registros relembram que em maio de 1656 Tillam requereu de Oliver Cronwell e do conselho de Londres um lugar para congregar em Colchester. Como o conselho tinha boas informações a respeito de Tillam, recomendou ao maioral de Colchester, que provesse um bom lugar para Tillam e seu grupo se reunir. Este fato demonstra que as igrejas, mesmo independentes da Igreja da Inglaterra, ainda dependiam do Estado para suporte. Tudo indica que lhes foi cedido uma construção paroquial para suas reuniões.
 
Em 1657 Tillam publicou um livro intitulado "O sábado do sétimo dia, encontrado de novo e celebrado". A obra é importante por duas razões: 
1a.) Faz referência à carta mencionada em conexão com Saller, que é o primeiro documento concreto a respeito de congregações guardadoras do sábado em Londres;
2a.) Duas versões do mesmo livro demonstram que Tillam estava modificando sua maneira de pensar.
A edição primeira proporcionava suporte para ambas as práticas, a guarda do sábado e do domingo, declarando que ele esperava que o povo aproveitasse as oportunidades e privilégios que o primeiro dia ofereciam para o culto a Deus. Na edição posterior ele declarou o seu equívoco de atribuir tantas qualidades ao primeiro dia como dia de culto, e pronunciou-se contra a comunhão do pão e do vinho no domingo, advogando que esta deveria acontecer no sábado. No segundo livro ele admite reuniões de culto no domingo, conquanto não interfira com o trabalho da pessoa.
 
No final da década Tillam adotou posturas fanáticas, foi preso, e depois com o nome invertido "Mallit" foi com seus seguidores para Heidelberg, na Alemanha onde fundou uma igreja com práticas radicais.
 

John Beicher: um prisioneiro do Rei dos reis

John Beicher, um pedreiro de profissão, era o pastor da congregação de Bell Lane em Londres durante a maior parte de sua existência. Ele foi preso em 1658 por suspeita de envolvimento com a doutrina da 5ª Monarquia. Em 1671, foi preso novamente, esta vez por dois motivos: seu posicionamento político e por ser um não conformista religioso. Os jornais estatais se referiam a ele e sua congregação como "Sabatarianos e pessoas identificadas com a 5ª Monarquia". Beicher e três outros foram levados para a torre enquanto que trinta outros foram colocados em diferentes prisões. Foi dada a ordem de destruir seu lugar de reunião. Provavelmente uma carta mandada da igreja de Bell Lane para uma de Newport, em Rhode Island, se referia a este fato, pois falava da prisão da maior parte da congregação, e que permaneciam presos sendo o seu destino desconhecido
 
Algumas das correspondências de Beicher e outros deram coragem aos guardadores do sábado da igreja batista de Newport, Rhode Island, e estes separaram-se da igreja batista formando uma congregação batista do sétimos dia em 1671. Em 1668 membros da igreja de Bell Lane escreveram para os de Newport sobre a necessidade de serem fiéis às suas convicções, mas também aconselhavam uma atitude tolerante para com os que não aceitavam o sábado, deixando-lhes um bom exemplo e usando com eles de atitudes brandas.
 

John James

Um dos mais dramáticos e bem documentados incidentes envolvendo um pastor batista do sétimo dia foi o martírio de John James, em 1661. Um livro do museu britânico, impresso em 1661, apresenta a titulo "O pronunciamento verdadeiro e perfeito de John James, um batista, do partido da 5ª Monarquia".
 
O autor deste livro fornece um relato detalhado do julgamento e da execução de John James, descrevendo o medo que o Rei Carlos II, e todas as autoridades tinham de movimentos religiosos considerados subversivos. Por um lado se entende o fato, pois foi uma revolução motivada por princípios religiosos que levara a execução do rei Carlos I. O livro se referia aos chamados "homens da 5ª Monarquia, cujos princípios de monarquia são perniciosos e perigosos", e como um deles, John James, "um pretenso pregador desta sociedade, um tecelão de seda, por profissão", foi preso na capela branca, num dia de sábado, 19 de outubro de 1661. Ele foi acusado de pregar sobre o Salmo 8:2 "do qual ele extraiu muitas doutrinas que incentivavam a sedição e rebeliões".
 
No início do ano em foco, em janeiro, Thomas Venner e seus seguidores no movimento da quinta monarquia tentaram, sem sucesso, derrubar a governo vigente e implantar pela força o reino de Cristo. Isto deu à corte um pretexto para suspender a declaração de indulgências, inicialmente prometidas pela monarquia restaurada. Ele foi examinado, condenado e executado. Seu corpo foi esquartejado e as partes expostas em lugares estratégicos na cidade, como advertência a outros.
 
No entanto nada do que constava contra ele, desde as primeiras acusações, até a acusação final que levou a sentença, incluía a fato de ser um guardador do sábado ou um não conformado com a igreja oficial.
 
O tato de ele pregar no sábado pode ter atraído a atenção para a sua pregação par parte daqueles que o denunciaram às autoridades. Em seu pronunciamento final sob a forca ele defendeu a sua lealdade à pátria, mas não deixou dúvidas que sua lealdade suprema era para com Deus. Falando de suas crenças, ele reconheceu que era um crente batizado, que aceitara os princípios de Heb. 6: 1-2 : "tais doutrinas como a fé em Deus, arrependimento de obras mortas, batismo, imposição de mãos, a ressurreição dos mortos e o juízo final" terminando com a afirmação de que reconheço os dez mandamentos de Deus, como expressos em Êxodo: 20", e não ousaria voluntariamente quebrar o menor destes para salvar a sua vida. Ele também declarou, "Eu também confesso o sábado santo do Senhor, o sétimo dia da semana, como sendo o sábado do Senhor".
 
John James não foi martirizado por suas convicções sobre o sábado. Entretanto, sua disposição de permanecer firme e de perdoar os que o perseguiam, são características que viriam a ser encontradas em muitos outras que usavam a nome de batistas do sétimo dia.
 

Francis Bampfield: Convicto enquanto sentenciado

Em seu livro "Santos e rebeldes, Sete não conformistas na Inglaterra de Stuart", Richard L. Greaves incluiu um capítulo intitulado: "Fazendo da lei de Cristo a sua própria norma, Francis Bampfield, reformador sabatariano". Greaves declara em sua introdução que Bampfield foi um defensor da realeza durante a guerra civil, mas que por outro lado nunca manteve pontos de vista radicais na política, mesmo quando preso por sua não conformidade. Greaves chamou a vida religiosa de Bampfield como "uma perfeita ilustração de peregrinação espiritual clássica, permanecendo fiel aos princípios anglicanos ao longo de todo o percurso e dando uma guinada final para doutrinas batistas do sétimo dia”. Embora tivesse equivocadamente identificado Bampfield com os homens da 5ª monarquia, contudo foi correto em afirmar que não compartilhava de sua ideologia política. A opinião pública da época passou a confundir a ideologia da 5a. monarquia com os guardadores do sábado. Greaves afirmou sobre Francis Bampfield. "na verdade, sua defesa do sabatarianismo foi um resultado de sua aproximação das Escrituras como a fonte de conhecimento bem como o limite e fundamento de experiência religiosa."
 
Os Bampfields eram uma família proeminente, exercendo vários cargos políticos importantes. Um dos irmãos, Thomas, era membro do Parlamento e orador da casa dos comuns em 1.659. Francis Banpfield se preparou para o ministério, graduando-se em Oxford com as graduações BA. e  M.A. Mais tarde ele lembra estes tempos em Oxford como "espaços nulos" em sua vida, pois pouco aprendeu sobre a Palavra de Deus, nestes estudos.
 
Como a sua lealdade inicial era para com a monarquia e a igreja estabelecida, seus serviços religiosos foram interrompidos pelas tropas de Cromwel. Agora, na era da restauração da monarquia, Bampfield havia adquirido uma experiência através da Palavra de Deus que o colocava com os não conformistas. Após um ministério popular em Sherborne onde ele atraiu uma congregação enumerada de milhares, ele foi destituído com mais algumas centenas de pessoas por falta de conformidade com o "Book of common prayer: (livro da oração comum). Em 19 de setembro, de 1.662 durante os serviços de culto na casa de Bampfield, os soldados interromperam o culto e Bampfield foi preso com cerca de vinte e cinco de seus seguidores. Ele foi libertado cinco dias depois, mas foi preso na semana seguinte por conduzir serviços de culto ilegais novamente. Após um ano e meio na prisão, arranjos foram feitos para sua libertação, sob a condição de "bom comportamento", o que Francis recusou, pois interpretou os termos como uma confissão de culpa.
 
Enquanto na prisão, Bampfield organizou sua própria igreja, pregando dezesseis vezes por semana, pregando a outros prisioneiros e também para visitantes que vinham cultuar com eles. Durante este tempo ele aceitou o sábado, crendo que era urna doutrina tanto da Bíblia como da natureza. Primeiro guardou o sábado de forma particular, mas após conseguir a adesão de mais algumas pessoas, ele proclamou abertamente a verdade do sábado e passou a conduzir o culto de adoração no sábado. Durante a sua prisão, ele e mais dois companheiros foram convencidos da validade do batismo por imersão. Como não tinham facilidade de praticá-lo na prisão, resolveram ser batizados tão logo saíssem livres. Em suas reminiscências, o próprio Francis recorda quando navegaram pelo rio Tâmisa até Battersea onde adoraram no sábado de manhã. Mais à tarde ele viajou até Salisbury, onde recorda, que à maneira de John Smith, um dos precursores do movimento batista, ele batizou a si mesmo no rio Avon, como se pela mão do próprio Cristo.
 
Durante a sua estada em Salisbury, F. Bampfield foi aprisionado novamente por um período de dezoito semanas. Após sua libertação dirigiu-se para Londres onde fundou a Igreja Batista do Sétimo dia de Pimer’s Hall, em 1.676. F. Bampfield foi aprisionado pela ultima vez em 1683, na prisão de Newgate, isto porque não aceitou imposições governamentais que comprometiam a sua fé. A estas alturas sua saúde estava tão alquebrada que veio a morrer no ano seguinte, na prisão. Edmund Calamy escreveu "Ele foi um dos mais celebrados pregadores no oeste da Inglaterra, e extremamente admirado pelos seus ouvintes, até que se enredou com a idéia sabatariana, da qual foi um fiel praticante. "Este" enredar-se com idéias sabatarianas" foi o resultado lógico de suas convicções fundamentadas no ensino da Palavra de Deus, e que freqüentemente transparecem em suas pregações e escritos "As Escrituras da verdade são uma perfeita livraria contendo todo o conhecimento salvador, e ciência proveitosa ".
 
À parte de seus escritos e testemunhos à respeito do sábado, F. Bampfield também é significativo para os batistas do sétimo dia porque foi um dos primeiros a propor uma associação de guardadores do sábado, incluindo igrejas de ambos os lados do oceano Atlântico. Sua proposta não chegou a ser implementada, mas suas declarações demonstravam preocupação com a educação cristã de crianças e de um preparo ministerial, patrocinando uma tradução mais acurada da Bíblia e estudando meios de converter os judeus. Ele foi particularmente interessante como fundador da igreja batista do sétimo dia de Pimmer’s Hall que permaneceu até 1.840. Quando se fundiu à igreja de Mill Yard, Nesta igreja muitos da família Stennett foram nutridos espiritualmente e prestaram seu serviço à causa de Cristo.
 

A família Stennett

Por mais de um século na Inglaterra a família Stennett foi associada a ambos, batistas do sábado e do domingo. Através de seus escritos, hinos, e representação da tradição das igrejas livres, sua influência se estendeu aos tempos modernos. Quatro gerações de Stennett representam o amplo aspecto de práticas encontradas em algumas famílias batistas de tempos posteriores. Edward Stennett, o patriarca da família foi ferrenho defensor do sábado. Escreveu o livro "Contenda pela lei real" onde argumenta biblicamente sobre a validade atual da lei de Deus, e conseqüentemente do sábado do quarto mandamento. Edward sofreu perseguições por causa de suas convicções.
 

Joseph Stennett

Joseph Stennett, filho de Edward, nasceu em 1.665 em Abingdon. Joseph Stennett não teve vida fácil, pois devido a suas convicções religiosas, e defesa da liberdade de consciência foi expulso das universidades de Oxford e Cambridge. Não obstante este fato tornou-se uma pessoa muito culta. Falava fluentemente duas línguas estrangeiras, o francês e italiano, e era versado em hebraico e outras línguas orientais. Destacava-se também na literatura poética. Foi ordenado pastor na igreja batista do sétimo dia de Pimmer’s Hall, mas também colaborava na pregação em igrejas batistas dominicais.
 

Joseph Stennett II

Joseph Stennett II. Nasceu em 1.692 durante os reinados tolerantes de reis protestantes, o rei Guilherme e a rainha Maria, chamados a ocupar o trono após a revolução sem sangue que derrubou o rei Tiago II, em 1.689. Batizado aos quinze anos ingressou na congregação batista do sétimo dia de Pimmer’s Hall, formada de batistas particulares, mas a major parte de seu ministério foi dedicado às igrejas batistas em Exeter e Londres (dominicais).
 

Samuel Stennett

Dedicou-se a pregação pelo espaço de mais de meio século servindo congregações batistas dominicais e do sétimo dia como os demais Stennetts, tinha convicções pessoais favoráveis à guarda do sábado, mas vocacionalmente se sentia "em casa" atuando nas congregações batistas dominicais.
 

Lord Baltimore

A primeira declaração de tolerância religiosa na América foi feita em 1632, no estado de Maryland, dirigida por Cecil Calvert, conhecido corno Lord Baltimore. Primeiro ele tinha em mente fazer um verdadeiro santuário para católicos romanos, mas por receio de não recrutar pessoas suficientes e também de provocar forte oposição na América essencialmente protestante, abriu a oportunidade para todas as religiões. Na legislação feita para governar seu estado, não só garantia liberdade religiosa irrestrita, como aplicava uma multa a qualquer pessoa que pronunciasse o nome de uma religião ou lideres em funções eclesiásticas de forma pejorativa, com o fim de escarnecer.
  

Elias Keach

Na multidão de imigrantes atraídos pelo pensamento e liberdade do povo americano veio Elias Keach, filho de um proeminente pastor de Londres. Ele não era Cristão professo, mas se fez passar por pastor, após chegar à América. No meio de uma pregação, o Espírito Santo o quebrantou por sua conduta enganosa e ele pediu perdão à congregação. Tornou-se notório o caso do jovem que se converteu com a própria pregação. Elias Keach se tornou notável pastor e evangelista.
 
Era cheio de vigor, juventude e tinha grande capacidade de organização. Inúmeras igrejas surgiram como fruto de seu ministério, e das congregações por ele originadas saíram muitos Batistas do Sábado. Pelo menos quatro congregações Batistas do Sétimo Dia separaram-se das igrejas que surgiram do ministério de Elias Keach.
 

Stephen Mumford

S. Mumford foi o primeiro Batista do Sétimo Dia conhecido na América, onde chegou em 1664. Documentos históricos (correspondências) deixam dúvidas se na Inglaterra ele estava unido somente à igreja Tewkesbury em Glaucestershire (1661) ou se foi membro também da igreja Batista do Sétimo Dia de Bell Lane em Londres com a qual mantinha correspondência depois de mudar para a América.
 
A igreja de Tewkesbury era mista, composta de observadores do sábado e do domingo, e assim também aconteceu na igreja de Newport, Rhode Island.
 
Não se sabe de nada sobre sua vida na Inglaterra nem sobre os motivos que o fizeram vir para a América. No entanto em Rhode Island no espaço de dez anos se tornou cidadão proeminente com direito de participar do governo da cidade. Presume-se que devido à sua influência muitos Batistas da igreja onde congregava passaram a aderir à guarda do sábado. Entre estes estavam Samuel e Tacy Hubbard e família.
  

Samuel e Tacy Hubbard

Poucas pessoas nos tempos coloniais deixavam tantas crônicas e memórias como Samuel Hubbard. Muito do seu jornal e de suas cartas foram copiadas e extratos foram muito usados como fonte primária de ações e pensamentos, durante a parte final do décimo sétimo século. Em 1647, na localidade de Fairfield, aceitaram os pensamentos básicos batistas. Especialmente Tacy adquiriu uma convicção férrea de que só fazia sentido ministrar o batismo a pessoas que realmente se tornaram crentes no Senhor Jesus. O casal chegou a ser ameaçado de castigos e prisões, mas lembraram o conselho do Mestre, se, vocês forem perseguidos em um lugar, mudem-se para outro lugar. Em 1648, o casal se estabeleceu em Newport onde foram batizados por John Clarke e aderiram à igreja Batista. Em 1665, os Hubbard’s aceitaram o sábado do Sétimo Dia. Ele recordou o fato em seu jornal com as seguintes palavras: "Minha Mulher decidiu guardar o Santo Sábado do Sétimo Dia no dia 10 de março de 1665, eu aderi no dia 01 de abril de 1665. Nossa filha Ruth em 25 de outubro de 1666, Raquel, 15 de janeiro de 1666, Bethiah 1666, nosso filho Joseph Clarke 23 de fevereiro de 1666". Crê-se que conheceram o sábado através do irmão Mumford. Através de correspondência de Hubbard com a igreja Batista do Sétimo Dia de Bell Lane, de Londres, pode-se constatar que conheciam o livro de Stennett, e que o grande debate que agitou a Inglaterra, sobre o verdadeiro dia de guarda, ecoou na América.

 


Abel Noble

Segundo se sabe Abel Noble foi a primeira pessoa a guardar o sábado na colônia de Pensilvânia.
 
Abel Noble nasceu em Bristol na Inglaterra em 1.665. Seu pai foi um próspero mercador quaker que criou seu filho na tradição de George Fox e William Penn. Em 1.684 Abel Noble veio com outros quakers que fugiam da perseguição e se erradicaram nas margens ocidentais do rio Deleware em "Penns Woods" ou Pensilvânia. Embora Os quakers não acreditassem em clérigos profissionais, havia os que tinham dons de exortação; e Abel Noble era um destes.
 
Abel Noble se tornou um pregador itinerante e agitador que se tornou o defensor do sábado e batismo por imersão. Sentia-se tão bem no púlpito de uma igreja como nas escadarias do tribunal. Sua influência foi além dos círculos quakers estendendo-se aos pietistas alemães. Ele mais alguns guardadores do sábado tiveram contato com lideres tais como Johanes Kelpius. Eles contribuíram para que Conrad Beissel aceitasse o sábado e portanto para a formação da primeira Igreja Batista do Sétimo Dia alemã, em 1.728. Beissel e seus seguidores depois mudaram para Ephrata onde fundaram uma comunidade semimonástica conhecida como os cloister, isto em 1.733.
 

George Keith

George Keith, ministro presbiteriano da Escócia veio para a América após sofrer muitas perseguições em seu país de origem. Tornou-se quaker na América e depois dirigiu um movimento dissidente com o apoio de Abel Noble. Chegou a ser governador da parte leste de Jersey. Voltou para a Inglaterra onde passou algum tempo e tornou-se ministro da igreja da Inglaterra. Em 1.702 retornou à América como missionário Episcopal.
 
A declaração de fé Keithiana que fez quando dissidente dos quakers deu especial importância à Biblia e a lei de Deus. Especificou que não se deveria usar os nomes pagãos de uso corrente para os dias da semana e do mês. Os dias da semana deveriam ser primeiro dia, segundo dia  terminando com o sétimo dia. Isto ajudou as pessoas de língua inglesa a compreender que o sábado e o sétimo dia são equivalentes e portanto é o dia que a Bíblia declara santo.
  

Henry Coster

Foi um pregador luterano que operou grande reavivamento e reconduziu à igreja a dissidência Keithiana, deixada órfã pelo líder desertor.
 
Henry Coster batizou alguns batistas do sétimo dia como William Davis e Thomas Rutter. Adquiriu convicção quanto ao sábado, mas não conseguiu desvincular-se de sua formação luterana. Um colega seu, o pastor Jonas Auren, no entanto, aceitou o sábado juntamente com sua família. Foi chamado perante o governador e intimado a abandonar sua convicção, mas defendeu com tal ardor sua fé que obteve garantia do direito de viver de acordo com sua fé, ele e sua família, mas não deveria mudar o ritmo dominguista de sua congregação luterana.
 

William Davis

Nascido em Wales, atendeu à universidade de Oxford visando o preparo para a ministério evangélico. Aceitou as crenças quakers e abandonou o curso antes de formar-se. Veio para a América fixando-se naturalmente na Pensilvânia dos quakers. Polêmico, fez parte da dissidência liderada por Keith, vindo a conhecer princípios de fé batista com o Pr. Thomas Killingsworth. Integrou a congregação batista de Pennepeck onde foi convidado a ser o pastor, mas foi expulso dois anos mais tarde por ter opiniões heréticas a respeito da pessoa de Cristo.
 
Seu contato com Noble durante a dissidência Keithiana ô convencera da supremacia da lei moral e da necessidade de guardar o sábado. Tornou-se pastor batista pastoreando sucessivamente em Pennepeck, Rhode Island e Shrewsburry, (Nova Jersey). Foi leal à denominação mas seu temperamento e pontos de vista não ortodoxos causavam controvérsias em todas as igrejas que pastoreou. Alguns descendentes de W. Davis proveram núcleos de migração em uma região que agora é conhecida como Virginia do Oeste.
 

Thomas Rutter

Thomas Rutter foi um nome de grande importância na área de Philadelphia. Batizado em 1.696 por Henry Koster, passou a integrar o núcleo formado por Koster, William Davis, Thomas Boyer, que desafiaram muitas das crenças e práticas do quakerismo. Ambos, Rutter e Koster escreveram tratados aos quais um luterano alemão respondeu escrevendo o livro "Henry Koster, Willam Davis, Thomas Rutter e Thomas Boyer, quatro pessoas cheias de vanglória, repreendidas brevemente de acordo com sua tolice". Rutter era considerado um eficiente evangelista que viajava pela região, e a quem se creditou muitos batismos. Foi um dos que trouxeram a verdade do sábado para Conrad Beissel e a Igreja Batista do Sétimo Dia dos alemães.
 
C.H.Greene descreveu Thomas Rutter como um homem "de um critério muito sádio e de uma excelente doutrina". Sempre que problemas e frustrações surgissem nas igrejas sabatarianas de Pensilvânia, e elas estivessem passando por maus momentos, Thomas Rutter era o homem que invariavelmente era chamado para trazer uma palavra de encorajamento e conforto.

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